Galeria de Arte Contemporânea do Mosteiro de Alcobaça apresenta a exposição OBRANOME- uma mostra coletiva de poesia visual em lingua portuguesa. Com a sua abertura oficial agendada para o dia 08 de junho, a exposição permanecerá aberta ao público até 30 de julho de 2013.
A exposição é uma proposta criada palo artista e curador Wagner Barja, produzida pela AVE Promoção e Produção Cultural, que integra a programação de exposições do Ano do Brasil em Portugal, promovido pela Fundação Nacional de Arte (FUNARTE MinC). OBRANOME já se encontra em sua 5ª edição e teve exibições realizadas no Brasil ao longo dos ultimos dez anos, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage – Rio de Janeiro, Fundação Jayme Câmara – Goiânia, Conjunto Cultural da Caixa e no Museu Nacional da República em Brasília.
A exposição que potencializa a língua portuguesa apresenta um toque de historicidade e uma explosão de atualidade no contexto da poesia visual contemporânea. Da caneta e papel à inclusão das novas tecnologias, a palavra escrita ou falada integra a essência criativa de todas as obras apresentadas. Seja na forma isolada, recriada, contextualizada ou descontextualizada, imersa em outras linguagens visuais ou transmutada em estilhaços de linguagem, ela, a palavra, (a protagonosta da cena) deixa sempre resquícios e marcas de sua existência.
O principal objetivo do projeto de exposição OBRANOME é integrar ideias, imagens e palavras, numa simbiose estética que possibilita à língua portuguesa uma desenvoltura de ampla recepção pública, com desdobramentos resultantes das linguagens verbo, voco, visual. OBRANOME reúne inúmeros artistas importantes da Poesia Visual que se expressam na língua portuguesa entre tantos, Augusto de Campos, Arnaldo Antunes, Júlio Plaza, Wlademir Dias Pino, Waltércio Caldas Hélio Oiticica, Bene Fonteles, Paulo Bruscky, Gê Orthof, Elyezer Szturm, Ralph Gehre, Suyan de Mattos, Suely Fahi, Domingos Guimarães, Anna Bella Geiger, Anna Braga, Marcio Zardo, Cesar Oiticica, Cirilo Quartim, Roberta Imbiriba, Armando Queiróz, Siron Franco, Alex Flemming, Evandro Salles, Rodrigo Paglieri, Andre Ventorim, Renato Matos, Celia Matsunaga, Silvio Zamboni, Sidney Azevedo, Ronald Duarte, Resa, Gupo Corpos Informáticos, Grupo Entreaberto, Antonio Miranda, Miguel Ferreira, Milton Marques, Nelson Felix, Alexandre Rangel, Carlos Café, Adriana Maciel, Luiz Alphonsus de Guimarães, Alchaer , Fernando Aguiar,Ana Hatherly.
Em sua 5ª edição OBRANOME já reuniu mais de 50 artistas em torno do seu conceito diversificado resumido numa ampliada percepção da língua por meio da poesia visual.
Além de ser o título da mostra em exibição, OBRANOME é uma proposta que incorpora diversas tendências da Poesia Visual, como o caligrama, o ideograma, a poesia-objeto, o poema-processo, a vídeo-poesia, a poesia concreta, a poesia gráfica, as instalações poéticas, a vídeo poesia. a poesia eletromecânica e a eletroeletrônica etc.
Os artistas de grande expressão, que participam de OBRANOME imprimiram outros significados na utilização das palavras. Há os que partem das palavras e os que chegam até ela, a palavra-visual, sonora ou tátil (interativa). Os movimentos dos signos, significados e significantes estão conjuntamente no cerne da criação. A passagem da palavra à imagem, da imagem convertida em poesia, da imagem que se transmuta em objeto e do objeto em palavras.
A dinâmica confluência de linguagens, que na a Poesia Visual consagram-se em OBRANOME como parte integrante desse conjunto diversificado da arte contemporânea. O campo ampliado das artes da atualidade possibilita relacionar os universos visual e verbal em obras de diferentes linguagens e mídias.
As tecnologias digitais integram-se às outras tecnologias, desta forma OBRANOME abarca a eletro eletrônica, a eletro mecânica e a estática. Engana-se, quem acha que a união entre estes elementos é algo ultra contemporâneo. Em seu manifesto contra uma poesia de expressão, subjetiva e hedonista, os concretistas buscavam instituir uma arte simples e concisa como exemplifica com perfeição o clássico poema de Augusto de Campos, em que a palavra “luxo” formava outra palavra, “lixo” e não há nada, além disso. Tais preceitos, que formam uma das correntes estéticas mais importantes da língua portuguesa e das artes plásticas brasileiras, não derrubaram versos, rimas, ritmos e a tal da expressividade. O que não significa que os ideais concretistas tenham se perdido. Muito pelo contrário, em OBRANOME eles se reeditam no presente sem seu prazo de validade vencido.
Obranome apresenta outras filiações importantes no âmbito da Alta Modernidade oriunda da Europa, sob as influências de Marcel Duchamp com o seu ready made, Mallarmè com sua proposição da espacialização da “página poema” e de Apollinaire sob a sua invenção do poema formalmente figurado. Entre os artistas estão Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Bené Fonteles, Bia Medeiros, Cesar Oiticica Filho, Felipe Barbosa, Helio Oiticica, Paulo Bruscky, Siron Franco, Waltercio Caldas, Fernando Aguiar, Alex Flemming e Ana Hatherly.